Geografia
Constituído por nove torrões vulcânicos dispersos no meio do Atlântico Norte, distando cerca de 1.500 km da costa ocidental europeia e a aproximadamente 3.900 km do continente norte-americano, considerados a fronteira ocidental da UE, os Açores ocupam uma área total de 2.333 Km2 e, dada a dispersão geográfica das suas ilhas, abrangem uma Zona Económica Exclusiva de cerca de 940.000 Km2.
Da diferente proximidade geográfica das ilhas entre si resulta uma organização em três grupos diferentes, nomeadamente, o Grupo Oriental constituído pelas ilhas de Santa Maria e São Miguel, o Central, integrando a Terceira, Graciosa, São Jorge, Pico e Faial e, finalmente, o Ocidental que engloba as ilhas das Flores e Corvo. A menor distância entre ilhas de cerca de 6 km, Faial – Pico e a maior rondando os 600 km, Santa Maria ao Corvo.
História
Feitas as primeiras viagens de reconhecimento marítimo da costa Ocidental Africana, os Açores foram descobertos, ou, pelo menos, reconhecidos, por volta de 1427, pelo navegador português Diogo de Silves.
A história do seu povoamento conduz-nos a uma diversidade de origens: aos portugueses juntaram-se gentes de diferentes regiões europeias, nomeadamente da Flandres, o que imprimiu um conjunto de características muito próprias a cada uma das ilhas, ao mesmo tempo que uma matriz comum se lhes desenhava pela geografia e pela Administração.
Os relatos históricos apontam Santa Maria e São Miguel como as primeiras ilhas a serem reconhecidas, por volta do ano de 1427, pelo navegador português Diogo de Silves, que terá feito um primeiro reconhecimento do seu litoral. O povoamento da ilha de Santa Maria, a primeira dos Açores a ser povoada, deu-se no ano de 1439, fixando-se os primeiros povoadores na Praia dos Lobos. Foi em Santa Maria que Cristóvão Colombo fez escala, no regresso da sua primeira viagem à América, em 1493, desembarcando perto do lugar dos Anjos a fim de cumprir uma promessa feita em alto mar, a de ouvir missa numa igreja de devoção a Nossa Senhora, na primeira terra que a encontrasse.
Quanto ao povoamento de São Miguel, os relatos apontam o seu início para o ano de 1444, por Gonçalo Velho Cabral, desembarcando os seus povoadores no lugar da Povoação, oriundos sobretudo da Estremadura, Alto Alentejo, Algarve e mesmo alguns estrangeiros, nomeadamente franceses, espalhando-se, depois, ao longo de toda a zona costeira da ilha e fixando-se nos locais de melhor acessibilidade e que melhores condições e facilidades de vida ofereciam, essencialmente no que se referia ao aproveitamento do solo.
A terceira ilha dos Açores a ser descoberta designava-se, inicialmente, por Ilha de Jesus Cristo, adotando, posterior e definitivamente, o nome de Terceira. Angra do Heroísmo, a primeira cidade a ser criada nos Açores, em 1534 e sede da diocese açoriana, possui um património arquitetónico de grande valor, o que lhe mereceu ver incluída na lista do Património Mundial da UNESCO uma vasta zona de 6 Km2 (1983).
Não existindo dados precisos sobre a data do descobrimento da Graciosa, é muito provável que esta ilha tivesse sido pela primeira vez localizada por mareantes da vizinha Terceira, que lhe fica a 31 milhas marítimas para sudeste, por volta do ano de 1450.
A data da descoberta e povoamento de São Jorge é uma incógnita, remontando ao ano de 1439 a primeira referência conhecida da ilha. Em 1443 já era habitada, mas o seu povoamento tem grande incremento com a chegada à ilha do nobre flamengo Wilhelm van der Haegen, que desembarcou no Topo e aí criou uma povoação.
Desconhecendo-se, igualmente, a data exata da descoberta da ilha do Pico, sabe-se, no entanto, que o seu povoamento teve início por volta do ano de 1460, com naturais do norte de Portugal, no lugar das Lajes, posteriormente primeira vila e sede de concelho da ilha.
Designada nas antigas cartas e portulanos por Insule de Venture, a ilha do Faial só foi descoberta na primeira metade do séc. XV, embora ao certo não se saiba qual o ano. Do seu povoamento sabe-se que teve início antes de 1460, por povoadores vindo do norte de Portugal, que se terão instalado no lugar que hoje constitui a freguesia dos Cedros, na costa norte da ilha. À Horta, elevada a cidade em 1833, em reconhecimento dos serviços prestados à causa liberal, chegou em 1919 o primeiro hidroavião a realizar a travessia do Atlântico e no Faial pela sua extraordinária situação geográfica, foram instaladas estações de cabos submarinos intercontinentais de nacionalidade inglesa, americana, francesa, alemã e italiana.
As duas últimas, e mais ocidentais, ilhas do arquipélago dos Açores a serem descobertas foram as Flores e o Corvo, tendo sido reconhecidas por Diogo de Teive e seu filho João de Teive, por volta do ano de 1452.
Turismo
Várias alternativas de longos passeios através de floridos caminhos, frescas veredas e verdejantes campos, subindo montes e descendo vales, transmitem, ao passeante, uma agradável sensação de absoluta tranquilidade, ao mesmo tempo que, passo a passo, vão proporcionando emocionantes quadros dos locais mais recônditos da paisagem açoriana, aliados ao prazer de um direto e sempre saudável contacto com a Natureza.
Além disso, o clima ameno das ilhas, em estreita ligação com o seu ambiente natural, proporciona ótimas condições para a prática do desporto ao ar livre, tais como o golfe, ténis, caça e pesca em águas interiores. Nos Açores existem três campos de golfe, um na Terceira e dois em S. Miguel.
Os Açores têm ótimas condições para a prática de Parapente. Atualmente, esta modalidade é praticada em quase todas as ilhas do Arquipélago.
Reforçando ainda mais essas condições, o mar azul cristal que banha a costa das ilhas açorianas é calmo e de temperatura amena convidativa à prática de diferentes desportos náuticos, como o “Surf”, o “Windsurf”, Iatismo, Remo, Vela e Natação. Sendo extremamente rico em variedades piscícolas, o mar dos Açores permite aos amadores da pesca de linha e de mar alto excelentes capturas, proporcionando, algumas delas, recordes europeus e mundiais, sobretudo no triângulo compreendido entre as ilhas Faial, Pico e São Jorge.
Para os apaixonados das observações e explorações subaquáticas, os mares dos Açores oferecem extraordinários fundos multicolores de grande riqueza, não só visual, como também em vida animal e vegetal marinhas. Contrastando com o alcantilado litoral das ilhas, algumas acolhedoras praias e piscinas naturais abertas ao mar são ponto de lazer e convívio, sobretudo durante a época balnear.
Os Açores são um dos melhores lugares do mundo para os mamíferos marinhos. Esta riqueza faz destas ilhas um autêntico aquário natural localizado no meio do Atlântico entre a Europa e a América. Os cachalotes encontram aqui incomparáveis condições: um santuário! Libertas da pressão dos baleeiros, usufruindo de águas límpidas e abundante comida, as baleias permanecem todo o ano ao redor das ilhas. Fazem parte do património natural, histórico e cultural dos ilhéus.